domingo, 30 de dezembro de 2007

Folha acusa universidades públicas de "perda de eficiência"

A Folha fez as contas e concluiu que enquanto o número de matrículas vem crescendo nas últimas décadas, houve queda de quase 10% no número de formados nas universidades públicas nos últimos dois anos. Os dados utilizados na matéria são do próprio Ministério da Educação.

De posse desses números, a Folha sentencia: "O resultado representa uma perda na eficiência nessas instituições, que são financiadas com recursos públicos."

A matéria aponta algumas causas da evasão: a necessidade de o aluno começar a trabalhar e o descontentamento com os cursos.

Para a Folha, a queda do número de formados nas universidades públicas representa um "prejuízo financeiro para o Estado". A preocupação da Folha é com o montante de recursos destinados às instituições públicas de ensino superior - R$ 1,7 bilhão para custeio em 2008.

A Folha ouviu um aluno da USP, que está ameaçado de ser jubilado, caso não se forme até dezembro de 2008. "Tem um pouco de relaxo, também. Como não pagamos mensalidade, ficamos menos pressionados a terminar rapidamente. Vejo que meus colegas em faculdade particular se esforçam mais", disse o rapaz.

Pelo que se infere do depoimento do aluno, a solução é cobrar mensalidade nas universidades públicas - que automaticamente deixariam de ser públicas.

A Folha também ouviu o presidente da Andifes (associação que reúne as universidades federais), Arquimedes Diógenes Ciloni, para quem a diminuição do número de formados tem a ver também com o aumento do número de pobres que ingressaram na universidade.

"Mesmo que o curso seja gratuito, há gastos com transporte, livros, alimentação. Fica pesado, principalmente para os que precisam mudar de cidade. Muitos desistem", concluiu.

Então, a solução é combinar a cobrança de mensalidade com o impedimento da entrada de pobres na universidade.

A Folha ouviu ainda o ex-ministro da Educação no governo FHC, Paulo Renato Souza, que negou que tenha havido falta de investimento nas universidades na sua gestão à frente do Ministério.

A matéria não fala nada sobre a proposta de reforma do ensino superior do governo federal, que está parada nas gavetas do MEC e foi duramente combatida pela mídia e pelas universidades particulares.

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