A Folha de hoje traz uma entrevista curta com o cantor e compositor Paulinho da Viola. Ele foi vítima de um assalto domingo passado (30/12), na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
O sambista respondeu às perguntas de Maria Luiza Rabello com a tradicional serenidade que lhe é peculiar.
A repórter quis saber quem Paulinho da Viola responsabilizava pelo cenário de insegurança.
"Olha, eu tenho pensado muito sobre isso e já me fizeram essa pergunta várias vezes. Há anos, leio, ouço e participo de inúmeras discussões sobre a questão da violência. Hoje eu não falo nada porque já se falou tudo. A gente bate na mesma tecla, é aquilo que todo mundo já sabe, tem vários especialistas debruçados sobre isso. Eu vou falar o quê? No que acrescentaria? Vou engrossar qual coro? Está tudo escancarado", respondeu ele.
Paulinho disse ainda que o pior é essa sensação de "uma certa descrença" diante de um "sistema viciado de todas as formas". "O que dizer quando você abre o jornal e vê, todo dia, uma parte da classe política da sua cidade envolvida em uma série de denúncias? Você vai falar o quê, para quem? Essa é que a sensação pior: uma certa descrença."
Por fim, o sambista disse que "o país não acabou". " Tenho um samba que diz "ninguém pode explicar a vida num samba curto". (...) Mas você percebe que há perplexidade, há um sentimento de insegurança, de desconforto, de impotência para alguns. Há quem diga que o país acabou, mas a gente sabe que não é assim."
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