sexta-feira, 12 de outubro de 2007

O padre que torturava

O padre Christian von Wernich, 69, foi condenado, na terça-feira passada (9), pelo tribunal da cidade argentina de La Plata (60 km sul de Buenos Aires) à prisão perpétua por participar de 42 detenções ilegais, 32 casos de tortura, 7 homicídios e violar o sigilo de confissão. Os crimes foram cometidos no período da ditadura militar na Argentina.

Em entrevista a Paulo Henrique Amorim, para o site "Conversa Afiada", ontem (11), o coordenador do Movimento Nacional de Direitos Humanos, Ariel de Castro Alves, disse que a condenação do padre argentino Christian Federico von Wernich “abre um precedente também para toda a América Latina e até para o mundo”.

Ariel de Castro Alves disse que o padre Wernich só foi condenado porque o crime dele foi considerado imprescritível. Ou seja, é um crime que não tem prazo legal para ser julgado e ele poderia ser condenado a qualquer momento. Segundo Alves a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos já emitiu um informe, em 1992, em que considera execuções sumárias, torturas, seqüestros e desaparecimento de pessoas como crimes contra a humanidade. “E o entendimento geral mundial é que são crimes imprescritíveis”, disse Alves.

Alves disse também que é muito importante para o Brasil rever as anistias e os indultos para os que cometeram crimes políticos. Segundo ele, a anistia foi exatamente de acordo com a reabertura política para beneficiar os perseguidos políticos, as pessoas que lutaram pela democracia no Brasil.

“Aquelas pessoas que cometeram torturas, que cometeram desaparecimentos, que fizeram perseguições política e assassinatos, essas não deveriam ter sido atingidas pela Lei de Anistia”, disse Alves.

A entrevista completa você confere aqui: http://conversa-afiada.ig.com.br

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