quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Eleições

PV elabora "Agenda Positiva" para Natal e prepara plano de governo para candidatura de Micarla de Sousa

A executiva nacional do Partido Verde despachou duas representantes à Natal para dar os passos iniciais na elaboração do plano de governo que a deputada Micarla de Sousa vai apresentar quando se candidatar ao cargo de prefeita da cidade. Elas atendem pelos nomes de Vera Mota e Regina Gonçalves. A primeira é Secretária Nacional de Assuntos Jurídicos do PV e a segunda, Presidente Estadual do PV de São Paulo, Secretária nacional da Mulher e vereadora da cidade de Diadema.

As duas chegaram com o discurso afinado, dizendo que a candidatura de Micarla em Natal é "prioridade para o Partido Verde". De acordo com Vera, a disposição do PV nacional é de "atitude e compromisso com o projeto de Micarla".

Regina disse que o PV vai montar um grupo de trabalho permanente para elaboração de uma "agenda positiva" para Natal, contendo as diretrizes do futuro plano de governo de Micarla.

As dirigentes deram entrevista coletiva no final da tarde de hoje (11), no gabinete da deputada Micarla de Sousa, na Assembléia Legislativa.

Crise é coisa do passado

Vera Mota e Regina Gonçalves, integrantes da executiva nacional do PV, disseram que a crise que abalou o Partido Verde de Natal é "coisa do passado".

A crise teve início com a "Operação Impacto", que atingiu os vereadores do PV de Natal, acusados de receberem dinheiro para votar contra os vetos do prefeito Carlos Eduardo (PSB) ao Plano Diretor.

A comissão de ética do partido defendeu a expulsão dos vereadores, mas Micarla de Sousa, que é presidente do diretório estadual do PV, preferiu aguardar o final das investigações.

A imprensa local começou a especular que haveria um "complô" armado para tirar o comando do PV de Micarla e entregá-lo ao prefeito Carlos Eduardo. De acordo com as especulações, o pivô deste suposto "complô" seria o presidente de honra do PV-RN, o professor Rivaldo Fernandes - assessor parlamentar de Micarla de Sousa.

Micarla chegou a cogitar a sua saída do PV. A deputada recebeu convites para ingressar no PR e do PP, que garantiram apoio à pretenção da deputada verde de se candidatar à Prefeitura de Natal. A decisão do Superior Tribunal Federal (STF), no último dia 4 de outubro, a favor da fidelidade partidária, porém, inviabilizou a saída de Micarla do PV.

Acalmados os ânimos, os verdes agora afirmam que a crise não passou de "suposições" e de "invenção da imprensa local". Vera Mota chegou a declarar que a crise foi "fabricada por aqueles que estão no poder", a quem não interessaria "o crescimento do PV em Natal". A referência parece ser ao prefeito Carlos Eduardo, que estaria interessado em assumir o comando do PV.

Regina Gonçalves descartou a existência de algum complô contra Micarla e declarou que nunca houve dúvidas da importância da deputada para o PV. Ela defendeu o professor Rivaldo Fernandes, afirmando que ele é um dos nomes mais qualificados do partido e que nunca tratou de nenhuma armação contra Micarla com a direção nacional do PV. "O PV tem espaço tanto para Micarla como para Rivaldo", afirmou Regina.

Desabafo

Rivaldo Fernandes confidenciou que estava disposto a renunciar ao seu cargo na executiva nacional do PV e até mesmo deixar a legenda. Ele disse que mudou de idéia após "o voto de confiança" das dirigentes Vera Mota e Regina Gonçalves, que o defenderam da acusação de ser pivô de um "golpe" contra Micarla de Sousa.

O professor disse que sofreu muito durante o auge das especulações envolvendo seu nome. Rivaldo afirmou que preferiu ficar quieto até provar sua inocência. "Posso ter cometido muitos erros, mas nunca fui traidor", declarou.

Rivaldo Fernandes disse que este episódio prejudicou sua relação com a deputada Micarla de Sousa, mas garantiu que sempre defendeu o projeto da candidatura da parlamentar à Prefeitura de Natal. "Nunca dei uma declaração contra Micarla. Pelo contrário, sempre disse que eu era inocente e que defendia o nome dela para a disputa eleitoral do ano que vem".

O presidente de honra do PV-RN disse que ainda não teve uma conversa pessoal com Micarla, mas espera que nos próximos dias a deputada o receba para um "diálogo franco".

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