Mainardi defende secretário de Alckmim e pede votos para o tucano
Diogo Mainardi nunca escondeu seu ódio pelo PT nem sua admiração pelo neoliberalismo. Entretanto, o articulista da revista Veja nunca havia exibido tão claramente a plumagem tucana como o fez na sua coluna desta semana na publicação da Editora Abril.
A pretexto de exaltar o secretário de Educação de São Paulo, Gabriel Chalita, apresentado no título como "O intelectual de Alckmin", Mainardi aproveita o espaço que tem na revista mais lida do país para fazer campanha para os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin (preferido pelo dublê de jornalista), que disputam a vaga de candidato à Presidência da República pelo PSDB.
Segundo Mainardi, Gabriel Chalita "é o sábio de cartola do alckminismo". Como prova de tal sabedoria, o colunista de Veja cita que Chalita já publicou 39 livros em 36 anos de vida. Entre tantas obras, destaca-se o impagável Seis Lições de Solidariedade com Lu Alckmin, ninguém menos que a esposa do governador Geraldo Alckmin.
Outra pérola de Gabriel Chalita é a biografia da cantora Vanusa, A Vida Não Pode Ser Só Isso, escrita em 1997.
Mainardi também faz suas previsões políticas: "Seja quem for o candidato presidencial do PSDB, ele ganha de Lula. (...) Com Alckmin no Palácio do Planalto, Chalita será alçado à condição de Rasputin brasiliense. Alckmin tem grande consideração por ele".
Finaliza a coluna com uma indisfarcável declaração de amor ao tucano Geraldo Alckmin: "Fico enauseado só de ouvir falar em Lula e em lulistas. Para quem não agüentava mais essa gente, como eu, a chegada ao poder de Vanusa e do Visconde de Sabugosa (Chalita) é uma liberação".
O que Diogo Mainardi não diz é que o mesmo Geraldo Alckmin, generosamente, doou uma fazenda de 87 hectares a um grupo da Renovação Carismática Católica ligado a Gabriel Chalita. A fazenda que fica no município de Lorena, era pretendida pelo Itesp (Instituto de Terras do Estado de São Paulo) para fins de reforma agrária.
A notícia sobre a doação da fazenda saiu na reportagem publicada no último sábado (20) pelo jornal Folha de S.Paulo. A edição 1940 da Veja é de 25 de janeiro de 2006. Providencial coincidência!
Vale à pena relembrar um trecho do livro de Mainardi, onde ele assume sua condição de vendido com todas as letras: "Hoje em dia, só dou opinião sobre algo mediante pagamento antecipado. Quando me mandam um e-mail, não respondo, porque me recuso a escrever de graça. Quando minha mulher pede uma opinião sobre uma roupa, fico quieto, à espera de uma moedinha. (Diogo Mainardi, "A tapas e pontapés", orelha, Editora Record, 2004)"
Quantas moedinhas Mainardi terá recebido de Geraldo Alckmin e Gabriel Chalita? Há algo de podre no reino dos bandeirantes...
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