quinta-feira, 26 de janeiro de 2006

Dois pesos, duas medidas

Cara de um, focinho de outro

Sairá caro para o PSDB o papelão que faz desde ontem no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados.

Seus representantes ali foram orientados a votar contra o pedido de cassação do mandato do deputado Roberto Brant (PFL-MG).

O PFL apoiará o candidato do PSDB à sucessão de Lula. E os dois partidos movem dura oposição ao governo Lula.

Brant foi acusado de ter recebido R$ 108 mil da empresa Usiminas via Marcos Valério para sua campanha como candidato a prefeito de Belo Horizonte em 2004.

Não declarou o dinheiro à Justiça Eleitoral.

Membro da CPI dos Correios que recomendou a cassação do mandato de Brant, o deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR) é também membro do Conselho de Ética.

Fruet foi chamado ontem à noite ao gabinete de Alberto Goldman (SP), líder do PSDB na Câmara. E ouviu dele que deveria votar pela absolvição de Brant.

- Como posso desfazer no Conselho de Ética o trabalho que ajudei a fazer na CPI dos Correios? Seria uma incoerência - argumentou Fruet.

Goldman insistiu para que ele fosse incoerente mesmo assim.

- Mas essa é uma posição do partido? O partido vai lançar nota oficial defendendo a absolvição de Brant? - perguntou Fruet.

- Não podemos chegar a tanto - respondeu Goldman.

Então Fruet pediu para ser substituído no Conselho. E acabou sendo pelo deputado Juthay Magalhães Jr., futuro líder do PSDB na Câmara.

- Estou aqui só para votar em favor de Brant - disse Juthay ao chegar esta manhã para a reunião do Conselho.

Uma vez que votou, deu seu lugar ao suplente do PSDB no Conselho, o deputado Mendes Thame (PSDB-SP), que faltou à reunião de julgamento de Brant porque estava em São Paulo cuidando da saúde.

Mas voltou a Brasília a tempo de votar no Conselho esta tarde pela cassação do mandato do deputado Professor Luizinho (PT-SP), acusado de ter embolsado R$ 20 mil de Marcos Valério.

Esse é o PSDB que bate duro no PT (com razão) e que se diz diferente dele (sem razão).

Fonte: Blog do Noblat (www.blogdonoblat.com.br)

Entelinhas (o que Noblat esqueceu de dizer)...

Ricardo Noblat esqueceu de falar do discurso fajuto do PFL, que se arvora como defensor da moralidade pública, mas que, na verdade, é um partido que abriga as maiores ratazanas de nossa terra tupiniquim.

O que dizer do Rodrigo Maia (PFL-RJ), por exemplo? O dublê de deputado, que é filho do menino maluquinho (César Maia, prefeito do Rio de Janeiro), tentou de tudo para livrar a cara do pilantra do Brant, que recebeu mais de 100 mil reais de Marcos Valério. Depois vem acusar José Dirceu de ser chefe do "mensalão". Durma-se com uma dessas...

Ainda vem depois dizer que não houve tentativa de acordão para absolver Roberto Brant. Ta pensando que o povo é idiota?

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