Meus caros, essa semaninha que tá quase terminando foi de muita correria. Não tive tempo de acompanhar e comentar as coisas que estavam acontecendo.
A grande novidade da semana foi a revelação de que o suposto dossiê contra FHC, que a "Veja" afirmou ter sido produzido pelo governo para chantagear a oposição, foi divulgado, vejam só, pela própria oposição. Mais especificamente pelo senador Álvaro Dias (PSDB-PR). Ele negou, tergiversou, mas, por fim, entre constrangido e desalentado, terminou admitindo que foi a fonte da "Veja".
Luis Nassif já tinha cantado a jogada e eu concordei com ele. O caso do dossiê era um factóide. Um certo anônimo escreveu comentário reclamando que eu não havia feito nenhuma alusão ao meu "engano" quando disse que o dossiê era um factóide. Acredito que agora ficou provado que trata-se sim de um factóide.
A oposição dizia antes que a Casa Civil do governo, onde o dossiê teria sido produzido, havia cometido um crime ao vazar para a imprensa dados sigilosos do ex-presidente FHC. Agora, ficamos sabendo que foi a própria oposição quem vazou os dados "sigilosos".
A ministra Dilma Roussef da Casa Civil, desde o início, vem afirmando que o governo não fez nenhum dossiê, mas somente um banco de dados sobre os gastos com cartões corporativos. Os dados vazados que a "Veja" chamou de dossiê seriam apenas fragmentos desse banco de dados. Dilma chamou o episódio de "escandalização do nada".
Mais tarde, a Casa Civil divulgou o Acórdão 230/2006 do Tribunal de Contas da União TCU), contendo a recomendação para que se informatizasse todos os dados de cartão corporativo de 2002 a 2005 (que ainda não estavam no sistema).
Depois disso, o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) revelou que o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM), desde 2005, já havia solicitado informações sobre os gastos com cartão corporativo no governo do ex-presidente FHC. Então, desde 2005, a oposição já sabia da existência do arquivo.
Em seguida, vem a revelação de que foi a própria oposição que divulgou o dossiê sobre os gastos do ex-presidente FHC. O senador Álvaro Dias disse que sabia da existência e teve acesso ao dossiê há pelo menos 30 dias. Estranhamente, o senador não denunciou a existência do suposto dossiê na CPI dos Cartões Corporativos.
Reinaldo "Capacho" Azevedo, o blogueiro da "Veja", saiu em defesa da revista, dizendo que não interessava quem divulgou o dossiê, mas que o documento existe (o que o governo nega) e que foi feito dentro da Casa Civil, a mando da ministra Dilma Roussef.
O aparecimento da fonte da revista, ao contrário do que diz Reinaldo "Capacho" Azevedo, interessa e diz muita coisa sobre esse quiprocó.
No primeiro momento, a oposição acusou o governo de crime por ter divulgado os gastos sigilosos de FHC. Entretanto, ficamos sabendo que o crime foi cometido pela própria oposição.
Quem repassou os dados sigilosos contidos no suposto dossiê ao senador Álvaro Dias? Essa nova revelação ajudaria a esclarecer de vez essa história de muitas versões. A fonte do senador poderia botar os pingos nos is e dizer quem mandou fazer o dossiê.
Álvaro Dias contou uma versão inverossímel, que teria recebido o dossiê de um parlamentar da base do governo, que não concordaria com a chantagem que o governo pretendia fazer com a oposição.
Ricardo Noblat disse em seu blog que o dossiê circulou para prevenir a oposição sobre o que poderia estar por vir caso ela teimasse em investigar a fundo as despesas sigilosas do governo Lula.
Mas, se foi Álvaro Dias que divulgou o dossiê, então quer dizer que o tucano foi o garoto de recados do governo?
O governo vaza o dossiê para "avisar" a oposição que vem "chumbo grosso" por aí. Mas aí a gente descobre que não foi o governo que vazou o dossiê. Foi a própria oposição.
Como fica então a teoria da chantagem, uma vez que o governo não divulgou dossiê nenhum?
A história é confusa e cheia de idas e vindas, como num filme de Almodóvar ou num livro de Kafka.
Mas o resumo da ópera é este: o dossiê é um factóide.
2 comentários:
Buá!!!!!!!!!!!!!!!
chorando pq, maumau?!
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