Área desmatada aumenta e presidente Lula faz reunião de emergência
O Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgaram ontem (quarta-feira 23) os dados preliminares sobre o desmatamento da Amazônia. O levantamento apontou um desmatamento na região amazônica de 3.235 km² entre agosto e dezembro de 2007.
A ministra Marina da Silva, os números serão debatidos com o presidente Lula nesta quinta-feira, às 9h, em reunião no Palácio do Planalto.
No encontro, que terá participação de outros ministros, serão discutidas as medidas para fortalecer a fiscalização nos locais considerados mais críticos.
A maior parte dos desmatamentos detectados no período se concentrou em três Estados: Mato Grosso (53,7% do total desmatado), Pará (17,8%) e Rondônia (16%).
Área desmatada pode ser ainda maior
A situação pode ser ainda pior do que se imagina. A área desmatada na Amazônia entre agosto e dezembro de 2007 pode ser o dobro dos 3.235 km² desmatados anunciados pelo Ministério do Meio Ambiente. A estimativa maior pode ser explicada pelas diferenças entre os dois sistemas de monitoramento da floresta.
O Inpe trabalha com dois sistemas de monitoramento da Amazônia: um que detecta o desmatamento em tempo real (responsável por apontar os dados preliminares) e outro com imagens de satélite mais minuciosas, que divulga resultados anuais. Como a variação média entre o levantamento preliminar e o consolidado chega a 40%, o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente (MMA), João Paulo Capobianco, acredita que o desmatamento real nos últimos cinco meses possa chegar a 7 mil quilômetros quadrados.
Segundo Capobianco, o aumento deu-se em meses atípicos e pode ser uma antecipação de algo previsto para 2008, por causa da estiagem, ou significar a retomada efetiva do desmatamento na região. "Trabalhamos com a pior hipótese", admitiu.
Capobianco citou medidas que serão colocadas em prática pelo MMA para diminuir a derrubada de árvores. Entre elas, a definição de uma lista suja de municípios, onde estarão proibidas autorizações de novos desmatamentos, e o embargo de propriedades que fizeram corte ilegal da floresta, para impedi-las de comercializarem produtos. "O monitoramento será feito por radar. Se os produtores desobedecerem aos embargos, os compradores respondem solidariamente", explicou.
Agência Brasil
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