Ainda sobre esse caso do "mensalão mineiro", Paulo Henrique Amorim, em seu site "Conversa Afiada" no portal IG, recorre à teoria da Agenda Setting para analisar o tratamento que a mídia deu ao "mensalão do PT" e o tratamento que está dando ao "mensalão mineiro".
A grosso modo, a Agenda Setting compreende a pauta de assuntos ditados pela mídia e que faz a cabeça de leitores, ouvintes, telespectadores e internautas. A mídia destaca determinados temas e ofusca ou ignora outros. A teoria foi formulada por Maxwell McCombs e Donald Shaw na década de 1970.
Paulo Henrique Amorim diz que a mídia emplacou a expressão "mensalão" e agora "vai emplacar a expressão "mensalão mineiro", em lugar do mensalão do PSDB, já que duas cabeças coroadas do PSDB aparecem na lista: Eduardo Azeredo, que foi presidente do partido, e o Governador Aécio Neves."
Uma leitura rápida pelos jornais da grande mídia comprova o que disse PHA. A expressão "mensalão mineiro" é uma tentativa de suavizar para os tucanos, evitando que a opinião pública relacione o PSDB ao esquema do "valerioduto".
É assim que a mídia estabelece não somente o assunto a ser discutido pela opinião pública, mas também como esse assunto deve ser discutido. A mídia dá o "tom" da conversa.
Está em curso também a tentativa de desviar o foco da discussão sobre o "mensalão tucano". O destaque às acusações contra o ministro da Articulação Política de Lula, Walfrido dos Mares Guia, vem sendo muito maior do que a repercussão dada ao pivô do caso, o senador do PSDB de MG Eduardo Azeredo, ex-presidente da sigla.
No editorial de hoje, a Folha chega a dizer que Wlafrido é "o próximo ministro a ser afastado pelos escândalos em que se enredou."
Mais uma vez, fica comprovado que a mídia escolheu um lado.
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