Repara o céu. As galáxias brincam de fazer redemoinhos. Há estrelas que não sei o nome.
Atenta para o dia. O sol também é um fingidor. Mas os solstícios deixam o arrebol mais belo.
Estradas de poeira e paisagens ladeadas de solidão embaraçam as direções a seguir. Meu coração não é só músculo.
Aqui e ali raream casas e palavras. O vento canta velhas canções.
Escassos sentidos. Não vejo. Não ouço. Não sinto. Minto.
O que finjo é uma sentença inacabada. O que lamento é a saudade desmedida. Há muros. Há vestígios de quimeras tristes - os castelos, os contos, as fadas.
Uma ligeira melancolia como uma frase enviesada. Ligo o rádio - nenhuma novidade. Mudo a estação. Os poetas não são mais tão criativos como outrora.
Decidi que vou compor uma canção antes de dormir. Não ligue se os versos forem cafonas e as rimas pobres.
Algo atravessa, em diagonal, o meu pensamento. O mesmo dia, duas vezes e uma única chance. Li isso na capa de um DVD pirata.
O sono está chegando. Tento em vão me concentrar nas últimas palavras.
FIM.
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