Nos gabinetes da vida, presenciei uma conversa de um funcionário de órgão público cobrando um 'por fora' a um chefe de gabinete por conta de um trabalho realizado, que apesar de ser inerente ao seu cargo público, ele achou que tinha direito ao "extra".
O funcionário invocou o "jeitinho brasileiro" para justificar o "por fora". "Quem quer as coisas mais rápidas, recorre ao jeitinho brasileiro pra ter isso aí", disse ele, sem nenhum pudor.
A pessoa a quem ele dirigia sua cobrança estranhou a história e disse que iria saber do chefe do setor onde o funcionário trabalha se teria mesmo que pagar pelo trabalho realizado, uma vez que isso fazia parte das suas atribuições de funcionário público. O sujeito se viu encurralado, baixou o tom e saiu de mãos abanando.
Eu tive vontade de desancar o sujeito e dizer-lhe algumas verdades, mas tive que me conter. Este post é de certa forma um desabafo, porque fatos desse tipo me enojam e me revoltam profundamente. Compartilho com vocês a minha indignação e meu senso de absoluta impotência.
3 comentários:
Isso não é "jeitinho brasileiro", isso é uma tentativa clara de corrupção. E para tristeza de quem acha que a corrupção é uma invenção e um recurso exclusivo nosso, NÃO É!!!
Chega de depreciar tanto os brasileiros. Somos melhores do pensamos, não tenho dúvida. Ou menos não somos tão desregrados como nos mesmos costumamos nos pintar. Abaixo o complexo de inferioridade terceiromundista!!!
Sim, estou longe de qualquer ufanismo! Da minha aldeia, sou um cidadão desse mundo! Mas chega de masoquismo em demasia.
Veja o comentário que deixei pro Azenha:
"Caro Azenha, Boa matéria, mas esse parágrafo foi fatídico: "Bem mais tranquilo em relação ao futuro do Brasil, informo que embarco amanhã para Washington." Espero que faça uma boa viajem... Nós, como somos "pessoas de alma bem pequena", ficamos por aqui, "remoendo pequenos problemas". Lá fora, deve ser bem mais agradável, né? Não é por acaso que aquele programa de "humor" que tem Diogo Mainard em seus quadros, chama-se "Manhattan Connection". Não sou partidário do ufanismo, mas fico muito chateado com esse eterno complexo de inferioridade alimentado pelos brasileiros. Toda vez que vejo a "fuga" apresentada como alento, lembro do período colonial, onde a elite brasileira importava a civilização diretamente da França. Agora, pode-se viajar também para os Estudos Unidos, a "terra da liberdade", para ser mais preciso, pode-se fugir das mazelas brasileiras indo para Washington. Lá certamente não tem dessas coisas. Mas tem Bush e sua trupe. Não esqueça!
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