quarta-feira, 20 de junho de 2007

A lógica da boquinha da panela

Do Fazendo Media (http://www.fazendomedia.com/diaadia/protoblog.htm):

"André Skaf, filho do presidente da FIESP (Paulo Skaf), concedeu entrevista à Revista O Globo de domingo e falou de suas visitas a favelas e prisões para fomentar "trabalhos sociais". O rapaz de 26 anos é idealizador do grupo Jovens Líderes Empresariais e foi apontado pela revista Veja SP como um dos 20 maiores partidos da cidade. A primeira pergunta: "Por que visitar favelas e prisões?". Resposta, na íntegra: "Para entender qual a necessidade real dessas populações e construir uma frente de mudanças. Fui a convite do José Júnior, do AfroReggae. As favelas e prisões se parecem muito com panelas de pressão, prontas a explodir. O trabalho de entidades como Unesco, Cufa e AfroReggae é como o da boquinha da panela, que tira um pouco da pressão".

Lembrei do antigo discurso de MV Bill, algo como "em vez de apontar as armas contra os irmãos, apontem para o lugar certo". Hoje, ele está mais para "a pobreza precisa da riqueza". Acho que é isso que Ferréz e Mano Brown dizem: em vez de aliviar a pressão, a idéia é usá-la para a revolução. Porque mesmo que a boquinha da panela alivie o lado de alguns, a grande maioria continua esmagada pelo modelo político-econômico que aí está. E não adianta que projeto social nenhum vai resolver a parada. Pode remediar, mas resolver, não. O lucro das indústrias filiadas à FIESP reside na exploração de seus trabalhadores. Por que diabos um sistema financiaria sua própria destruição? Por isso a lógica da boquinha da panela é importante."

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