terça-feira, 8 de abril de 2008

Entre heróis e vilões

Os brasileiros sempre gostaram de ter seus heróis. É uma necessidade quase ontológica do nosso povo. Não somos sebastianistas como os portugueses, mas nosso povo vive como se ainda esperasse o surgimento do messias, o herói divinizado que virá para resgatar a estima da nossa gente historicamente ultrajada.

Mas não só de heróis vive uma nação. Os vilões também têm seu lugar reservado no nosso "museu de grandes novidades", como cantou Cazuza.

Eis que agora, uma eleição definiu quem foram o maior herói e o maior vilão da História do Brasil. É o que revela Mônica Bergamo na Folha de hoje:

O BEM E O MAL

A "Revista de História da Biblioteca Nacional" perguntou a jornalistas, professores, políticos e artistas quem foram o maior herói e o maior vilão da História do Brasil. Machado de Assis e d. Pedro 2º ganharam 12 votos cada na categoria "mocinho". O escritor acabou levando o título porque o imperador também teve duas menções na lista dos "odiados". O ex-presidente Emílio Garrastazu Médici, também com 12 votos, foi escolhido o maior vilão.

Um comentário:

Maumau disse...

Nobre Alisson,

A construção de hérois - e vilões - perpassa os limites geográficos da terra brasilis. É resultado, sobretudo, das ideologias nacionais e embasaram mitos que ajudaram a construir e fortalecer os Estados Nacionais desde seu surgimento. Poucos países cultuam tanto os heróis como os Estados Unidos, por exemplo. A França também tem os seus - e são plurais, vários - idem a Inglaterra. Há um livro de Hobsbawm - A invenção das tradições - que mostra como heróis e vilões são importantes no processo de formação das nações, sobretudo no que concerne a construção dos mitos patrióticos, dos grandes exemplos para a História do país, etc...