quinta-feira, 20 de abril de 2006

Mídia

Imprensa falseia dados sobre gastos públicos

Pensamento conservador ataca qualquer despesa ou investimento público que não destinado aos credores da dívida. Necessidades de pessoal e de reestruturação do estado são vistos como “gastança”. A Folha de São Paulo escancarou uma grave denúncia na manchete principal do último domingo: “Governo Lula criou 37,5 mil cargos públicos em 3 anos”. Escândalo! Mais abaixo, o jornal relata o montante do descalabro: “Aumento da máquina pública significa uma despesa extra de R$ 625 milhões por ano”.

À primeira vista, flagrou-se outro ralo de dinheiro público: a contratação de compadres e apaniguados vai inchar o estado com desocupados! Mas, no meio da matéria, os leitores são informados pelo repórter Fabio Zanini de um pequeno detalhe: do total de 37.543 novos cargos, “35.275 exigem concurso público”. A matéria é construída a partir de dois pontos de vista: primeiro, tudo é cabide de emprego e, segundo, é pecado gastar. A conseqüência imediata é a necessidade de se conter a irresponsabilidade governamental. O que a Folha faz não é novidade. Já existe uma orquestração na mídia desde o início dos anos 1990 contra qualquer despesa estatal que não seja para honrar compromissos financeiros.

Agência Carta Maior (20/04/06)

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