A decisão do presidente do STF, Gilmar Mendes, que mandou soltar Daniel Dantas, continuou sendo criticada.
O ministro da Justiça, Tarso Genro, em entrevista à Folha de São Paulo, domingo, disse que, com a liberdade, é possível que Daniel Dantas fuja do país.
Gilmar Mendes criticou Tarso Genro e disse que o ministro não tinha "competência" para opinar sobre o caso.
Em outro núcleo da trama, um grupo de 154 Procuradores da República prepara o pedido de impeachment do ministro Gilmar Mendes.
Tentando apaziguar os ânimos, Gilmar Mendes recuou e não vai mais pedir a investigação contra o juiz Fausto De Sanctis, o homem que mandou Daniel Dantas duas vezes para a cadeia.
No domingo ainda (13), o homem que é considerado o braço direito de Daniel Dantas, Humberto Braz, ex-presidente da Brasil Telecom, se entregou à PF em São Paulo. Ele é acusado pela PF de tentar subornar policiais a fim de tirar o nome de Dantas das investigações da Operação Satiagraha.
Para muitos, é o "homem bomba" em pessoa.
Nesta segunda-feira, o Jornal Nacional divulgou gravações feitas pela PF mostrando dois emissários de Daniel Dantas, Hugo Chicaroni e Humberto Braz, tentando subornar o delegado Vitor Hugo para que retirasse das investigações da PF sobre crimes financeiros o nome do banqueiro, da irmã e do filho dele.
O núcleo da mídia também anda movimentado. A Veja assumiu a defesa de Daniel Dantas. Reinaldo Azevedo e Diogo Mainardi fazem o papel de francos atiradores, seguindo à risca aquela máxima segundo a qual a melhor defesa é o ataque. Partiram para cima de Luis Nassif.
Nassif, por sua vez, anunciou que vai à Justiça contra os seus detratores, ao mesmo tempo em que expôs em seu blog o motivo da raiva dos dois colunistas do panfleto da Abril:
"O relatório do delegado Protógenes Queiroz, encaminhado ao Juiz Fausto Martin de Sanctis - que serviu de base para o pedido de prisão de Daniel Dantas e outros réus – acusa diretamente as revistas IstoÉ Dinheiro e Veja e os jornalistas Leonardo Attuch, Lauro Jardim e Diogo Mainardi de colaborarem com uma organização criminosa. Mainardi é explicitamente apontado como “jornalista colaborador da organização criminosa”.
O nome do documento é “Relatório Encaminhado ao Juiz Federal Fausto Martin de Sanctis". É o Inquérito Policial 12-0233/2008. Nele consta Procedimento Criminal Diverso no. 2007.61.81.010.20817."
Em outro post, Nassif afirmou que o jornalismo praticado pela Veja representa o "pior jornalismo que este país já conheceu em muitas décadas" e acusou Eurípedes Alcântara e Mário Sabino, diretores da revista, de promoverem um "saque sobre o ativo de imagem da revista".
Ricardo Noblat, quem diria, trouxe o assunto para o campo da política e relembrou da participação de Daniel Dantas nas privatizações do governo tucano de FHC.
Escreveu ele:
"Lembram de Ricardo Sérgio de Oliveira, diretor da área internacional do Banco do Brasil no governo FHC e arrecadador de recursos para campanhas do PSDB? Ele saiu do banco depois de ter admitido em conversa grampeada pela Polícia Federal que agira no “limite da irresponsabilidade” durante o processo de privatização do sistema de telefonia do país.
O que governo menos desejava na época era a revelação de qualquer indício ou prova capaz de sugerir que Ricardo Sérgio fosse ligado ao presidente. Pois bem: em meados de 2002, um alto executivo do Oporttunity reuniu-se no Rio com um assessor de FHC. E lhe disse que tinha a gravação de uma conversa entre o presidente e Ricardo Sérgio. O assessor deu o recado a FHC. Que então perguntou: “Você ouviu a gravação?” Não, ele lera a transcrição da conversa.
Dali a alguns dias, FHC recebeu Dantas para um encontro a sós no Palácio do Alvorada. E atendeu ao seu pedido de não trocar o presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM)."
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