terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

A farra dos sacos plásticos

Nota da coluna "Cena Urbana" de Vicente Serejo, n'O Jornal de Hoje, ontem (26/02/2007):

"IRONIA

De uma compradora da loja de departamentos Sacolão, descarregando as compras, uma a uma, na garagem do seu edifício, irritada com a desatenção descarada do imenso lojão: "O Sacolão não tem sacola"."

A irritação dessa senhora com a falta de sacolas revela algo típico da nossa cultura, que é a preocupação exclusiva com a nossa comodidade.

Certamente, essa senhora não pensou nos estragos causados pelo uso indiscriminado de plásticos na natureza.

Sacos plásticos são feitos de uma resina sintética a partir do petróleo, não são biodegradáveis e levam séculos para desaparecer na natureza.

Isso significa que nós, consumidores, sempre que utilizamos sacolas plásticas sem nenhuma preocupação ambiental, pensando exclusivamente no nosso conforto, contribuimos pra um desastre ecológico de grandes proporções:

1. Ajudamos a aumentar a demanda por combustíveis fósseis, matéria-prima para a fabricação do plástico, e, consequentemente, colaboramos para elevar a emissão de CO2 na atmosfera;

2. Lançamos na natureza um lixo que irá causar transtornos durante alguns séculos: jogados ao leo, esses sacos causam entupimentos de bueiros, impedem a passagem da água -provocando o atraso na decomposição dos materiais biodegradáveis - e dificultam a compactação de detritos.

No Brasil, a preocupação com o uso descontrolado do saco plástico é pequena.

Na Alemanha, clientes que não levam suas próprias sacolas de casa são obrigados a pagar uma taxa extra pelo uso de sacolas nos supermercados.

Na Irlanda, é cobrado um imposto por cada sacola utilizada.

Na Grã-Bretanha, uma rede de supermercados incentivou seus clientes a usarem sacolas 100% biodegradáveis.

É difícil mudar essa cultura existente por aqui, mas é necessário esclarecer para mudar hábitos, praticar o consumo consciente, colocando a preocupação com a racionalização dos recursos naturais em primeiro lugar na hora de efetuar uma compra, cooperando assim para a diminuição dos impactos ambientes decorrentes do uso acelerado desses recursos.



Um comentário:

Maumau disse...

É isso amigo! Só duvido que racionamento de sacos plásticos feito pela loja seja por causa - ou consciência - ambiental... Calma! Sei que não foi o dissestes. Este foi só mais um adendo.